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ANGÚSTIAS NA ADOLESCÊNCIA CONTEMPORÂNEA-RELAÇÕES VIRTUAIS- COMPORTAMENTOS DE RISCO

  • cecilialeitecosta
  • 1 de dez. de 2021
  • 3 min de leitura

Dando sequência aos Posts anteriores, o “chão psicológico social[1]” atual é de questionamento e muita informação. O “chão psicológico” na adolescência[2] é instável pois está em transformação e o “chão psicológico” do adulto de hoje é muita criatividade, muitos horizontes de vida disponíveis, menos segurança íntima e mais angústia existencial. Dito isso, os comportamentos de risco associados à adolescência de qualquer época continuam a existir e estão associados `às angustias relativas à erotização dos comportamentos, à necessidade de autonomia e à aproximação da escolha da direção para vida adulta. As novas necessidades e vontades dessa fase- de experimentar, de pertencer e de se afirmar- podem se materializar no uso de drogas, álcool e/ou exposição a riscos como, por exemplo, dirigir alcoolizado. Modas de incitação a comportamentos de risco também atravessam gerações e se repetem, em novas versões como, por exemplo, se cortar superficialmente, para dar vazão à angústias indeterminadas. Nas relações virtuais, de acordo com Bastos e Santos: “(...)o propósito essencial da construção e exploração sexual permanece o mesmo: a vida on-line prolonga a vida off-line. Apesar de uma não ser espelho da outra, é compreensível que o adolescente típico e saudável carregue para o ambiente on-line pessoas e questões do seu mundo off-line, desdobrando aqui a construção e a exploração da sua sexualidade[3]”. A pergunta que não quer calar é: qual é o limite entre comportamentos esperados para a fase e comportamentos de risco? Essa resposta, infelizmente, não é passível de generalização. As preocupações e dificuldades relativas aos adolescentes de hoje são as mesmas, no contexto do uso da internet. Levando isso em conta, novas formas de assédio sexual, por exemplo, surgiram. Mas o uso do Cybersexo/sexting[4], não pode ser resumido à “más intenções sexuais” com o uso da internet. Adolescentes estão começando a se aventurar na exploração sexual e na formação de suas identidades sexuais. O uso de sites de relacionamentos, mídia social, jogos on-line e tecnologia digital fazem parte de todas as formas de interação sociais, profissionais, de estudo, etc. Eles se tornaram entremeados de tal forma que é difícil discernir a fronteira entre cada âmbito relacional. Não há estudos conclusivos sobre o uso excessivo da internet e comportamentos de risco ou tentativas de suicídio[5]. A maioria conclui que é possível estabelecer alguma relação entre uso abusivo da internet, auto-mutilação e comportamentos suicidas. Porém, há, também, evidência de uso positivo da internet para os mesmo temas, como busca de suporte e esclarecimento sobre o tema[6]. O maior risco observado está entre cyberbullying e comportamentos de risco. Mas isso equivale a pensar na vulnerabilidade que é típica da adolescência mesclada à personalidades mais inseguras, inibidas e/ou com vivências fortes de rejeição. A inibição ou sentimentos de rejeição não vêm da rede[7]. Com efeito, o que é peculiar as relações na rede é a velocidade de disseminação da (des)informação e a dificuldade de controle, por parte dos pais, do acesso a ela. Isso porque, entre outras razões, na sociedade atual os filhos costumam conhecer mais do que os pais sobre o uso da tecnologia e, portanto, são hábeis em burlar as tentativas de controle por parte deles. Esse contexto trouxe nova complexidade e novos desafios à criação das crianças e adolescentes de hoje.

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[1] Para maiores detalhes ver: Ensaio 7- Influências culturais na formação da identidade. In: www.ceciliapsicologa.org [2]Para maiores detalhes ver Ensaio 5- Adolescência e angústias. In: www.ceciliapsicologa.org [3]Bastos, M.C e Santos,V. Cybersexo e sexting. In: Relacionamentos amorosos na era digital. (2019). Editora dos Editores. SP.p 106 [4] Rosemary Sedgwick,a,b Sophie Epstein,a,b Rina Dutta,b,c and Dennis Ougrin. Social media, internet use and suicide attempts in adolescent. Curr Opin Psychiatry. 2019 Nov; 32(6): 534–541. [5] Rosemary Sedgwick,a,b Sophie Epstein,a,b Rina Dutta,b,c and Dennis Ougrin. Social media, internet use and suicide attempts in adolescent. Curr Opin Psychiatry. 2019 Nov; 32(6): 534–541. [6] Ibid. [7] Para maiores detalhes ver Post 8-Angústias na adolescência contemporânea-Relações virtuais-Comportamentos de risco, em: Ensaio 8- Angústias contemporâneas. Em: www.ceciliapsicologa.org.

 
 
 

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